Quais os principais riscos da rede 5G à cibersegurança?

A tecnologia 5G já chegou ao Brasil e brevemente deverá estar disponível em cidades menos populosas. Isso será possível graças ao envolvimento de empresas menores e também das gigantes da telefonia.

A mudança é esperada com ansiedade pelos usuários, já que a internet promete oferecer um melhor serviço e rapidez. Contudo, junto a ela vem uma grande preocupação com a cibersegurança. Afinal, os riscos precisam ser avaliados para evitar problemas futuros. Por isso, é preciso que as empresas fiquem atentas e se adaptem a esse novo momento.

Como a 5G impacta o uso das redes móveis?
A internet oferece muitas facilidades no dia a dia mas, para quem usa o celular para acessá-la, a experiência nem sempre é boa. A lentidão da 3G ou 4G pode dificultar a rotina de quem só tem acesso às redes móveis.

Em alguns casos, a demora é tanta para baixar um vídeo ou um arquivo maior, por exemplo, que a pessoa até desiste. A promessa é que essa realidade mude com a implantação da tecnologia 5G na maior parte do Brasil, a quinta geração de internet móvel. E quando isso acontecer, as mudanças tendem a ser rapidamente notadas.

Afinal, a velocidade da internet vai, naturalmente, incentivar o uso da rede móvel. Consequentemente, a tecnologia 5G irá transformar a rotina das pessoas, que tenderão a realizar ainda mais atividades do dia a dia online.

Para se ter uma ideia melhor do que a 5G pode fazer, estima-se que a tecnologia seja capaz de entregar velocidades até 10 Gbps, o que representa uma taxa de quase 100x maior que a antiga 4G. Dessa forma, será mais simples preencher formulários, ouvir músicas online e também adotar, por exemplo, a internet das coisas em casa. Afinal, a internet rápida possibilitará que a pessoa dê comandos para os aparelhos que estão interligados em sua casa, sem nenhuma dificuldade.

Tudo isso será possível graças às chamadas faixas de frequência. Quanto maior ela é, menor o alcance da onda, mas maior a largura de banda, ou seja, mais velocidade de transmissão de dados. Em suma, a 5G requer mais antenas para que possa funcionar, mas vai oferecer uma velocidade muito superior à 4G.

Para ter uma ideia melhor da diferença, saiba que a 4G usa faixas de frequência de 700 megahertz (MHz). Já a 5G serão exploradas faixas que variam entre 3,5 gigahertz (GHz) e 60 GHz.

Toda essa velocidade e consequente maior uso das redes móveis, provavelmente, resultarão em um número maior de equipamentos conectados. Consequentemente, a quantidade de tentativas de invasões e de fraudes tende a aumentar. Isso faz com que haja uma preocupação maior em relação à cibersegurança com a chegada da tecnologia 5G.

Quais os riscos da 5G para a cibersegurança?
De acordo com Marcelo Motta, Diretor de Cibersegurança e Soluções da Huawei, segurança e cibersegurança são preocupações constantes ao longo de toda evolução da implantação de banda larga fixa e banda larga móvel. Então não se trata de um problema novo. As operadoras já vêm lidando com isso há muito tempo. E o 5G chega com todas essas preocupações sendo endereçadas tanto por fornecedores quanto por operadoras.

Em entrevista ao podcast da Singularity University Brazil, Motta afirma que não basta que haja um modelo, esse modelo precisa ser fornecido com segurança.

Projetada para incentivar a conexão de diversos aparelhos e oferecer rapidez, a tecnologia 5G deve envolver aparelhos com um bom sistema de segurança, mas também alguns desprovidos dele. Afinal, vários eletrodomésticos que podem ser conectados à rede nem senha pedem. Dessa forma, tornam-se um potencial vetor de ataque.

É por isso que a tecnologia 5G, quase sempre, vem acompanhada de uma preocupação a mais com a cibersegurança. Vejam as alterações que ela traz.

Aumento do número de dispositivos que poderão ser atacados
A superfície de ataque será aumentada, visto que há uma tendência ao maior uso de internet das coisas. Um aparelho se ligará a vários outros. Com isso, uma grande rede será formada e com um ataque virtual um criminoso poderá atingir diversos itens.

Empresas que lidam com data centers locais, por exemplo, poderão ser o grande alvo dos criminosos.

Falta de controle de acesso
As redes da tecnologia 5G são descentralizadas e os dispositivos são ligados diretamente no provedor de serviços. Com isso, conforme as empresas passam a implementar a 5G os riscos de ataques acabam aumentando.

Isso acontece porque todas as comunicações que saem ou são enviadas para esses dispositivos, conectados à tecnologia 5G, contornam a rede corporativa. Dessa forma, ficam fora dos controles de segurança adotados pela empresa.

Para ficar mais fácil de compreender, pense que será possível usar um dispositivo com a tecnologia 5G para acessar os dados da empresa que estão na nuvem.

Uma vez que esse aparelho, ou seja, os dispositivos IoT não gerenciados oficialmente pela equipe de TI, usa a 5G, ele conseguirá ver tudo o que precisa rapidamente, todo aquele sistema de segurança virtual que a empresa adotou não servirá. Afinal, os aparelhos contornaram a rede corporativa e seus controles.

Como a sua empresa pode se preparar para a chegada da rede 5G?
A primeira coisa é sempre repensar a tecnologia 5G não apenas como uma maneira de conectar a internet, mas em uma nova maneira de movimentar dados. Isso vai abrir muitas oportunidades para as empresas, mas também vai requerer que elas tenham um cuidado maior com as suas informações.

Afinal, são aquelas planilhas, sistemas de gestão e projetos, que muitas vezes estão armazenados na nuvem, algumas das grandes riquezas de um negócio de sucesso. Por isso ,esse tesouro precisa ser protegido.

Além disso, sem contar que as empresas precisam estar prontas para receber esse volume maior de dados, que certamente chegará. A Think IT, residente do Learning Village, indica alguns ajustes que podem ajudar nesse processo.

1- Infraestrutura de armazenamento de dados
É preciso se preparar para o maior volume de dados gerados por dispositivos. Para isso, o uso de tecnologia flash e ter uma plataforma capaz de lidar com a 5G parecem ações essenciais.

Em suma, os negócios precisam se antecipar e se preparar para o volume de dados antes dele chegar.

2- Prevenção de ameaças
Da mesma forma, é preciso investir em cibersegurança. Afinal, com tudo interconectado, basta um aparelho ser infectado para que toda a rede e os dados fiquem em risco. Dessa forma, a prevenção de ameaças precisa ser feita diariamente e por profissionais cada vez mais preparados para lidarem com as novidades do mercado.

3- Uso de plugins em microescala para aumentar a segurança
Os plugins em microescala se apresentam como uma boa alternativa para cuidar da segurança dos dispositivos. Eles podem ser usados em qualquer sistema operacional e em diferentes dispositivos. No geral, são capazes de controlar todos os atributos que entram e saem do aparelho por meio da tecnologia 5G. Dessa forma, reforçam a proteção.

4- VPN
Dados mais sigilosos devem ser acessados apenas por meio de conexões privadas. Isso ajudará a evitar o roubo de informações e prejuízos resultantes desse crime.

5- IoT
A atualização dos dispositivos IoT também é um cuidado que deve ser tido. Ao fazer isso, esses equipamentos, que ficam conectados ao celular, terão os patches de segurança mais recentes relacionados à 5G. Consequentemente deixarão o processo menos suscetível à invasão.

6- Senhas fortes
Todos os bancos de dados, e-mails corporativos, entre outros, devem exigir senhas fortes. O uso de letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais ajuda a diminuir o risco de invasão.

7- Equipe especializada
Não há mais como escapar. Será preciso ter profissionais muito especializados no setor de segurança cibernética para evitar ataques. É preciso ter uma equipe preparada para encontrar possíveis brechas e corrigi-las, antes que alguém mal-intencionado as use para realizar o roubo ou sequestro de informações.

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