5 dicas para desenvolver um mindset de inovação

O conceito de inovação costuma se misturar a ferramentas e tendências de tecnologia. Os principais desafios para criar soluções inovadoras, no entanto, estão ancorados na cultura organizacional das empresas. “Apenas a cultura é capaz de sustentar uma estratégia baseada na inovação”, afirma Guilherme Horn, Expert da SingularityU Brazil e autor do best-seller O Mindset da Inovação. Lançado recentemente no país, o livro traz um guia completo para desconstruir vieses e paradigmas do mundo corporativo. A seguir, Horn compartilha cinco dicas para aplicar essa mentalidade na prática.

1.
Livre-se de suas crenças

“Todos nós temos crenças sobre diversos assuntos. As crenças são formadas a priori, sem evidências, e depois buscamos explicações que as corroborem. As nossas crenças moldam as nossas expectativas, que moldam as nossas percepções, que moldam as nossas conclusões. Assim, ficamos presos no viés de confirmação. Isso vale para indivíduos e para empresas. E por isso vemos organizações rejeitarem novas tecnologias, novos modelos de negócios e novos competidores. Porque essas novidades não coincidem com as suas crenças. E um fato curioso é que quanto mais conhecemos sobre um determinado assunto, mais crenças temos sobre ele; consequentemente, mais presos a elas ficamos. Por isso, o primeiro passo é nos livrarmos dessas crenças.”

2
Pense exponencialmente

“Ray Kurzweil já demonstrou que as tecnologias evoluem de forma exponencial, enquanto continuamos pensando de forma linear. Mesmo sabendo disso, ainda temos dificuldade de pensar exponencialmente. Para complicar, tendemos a pensar também de forma binária. Explico: se tomarmos os veículos autônomos, como exemplo a tendência é pensarmos em duas possibilidades, uma cidade com veículos autônomos e uma cidade sem veículos autônomos. Mas a verdade é que provavelmente veremos nos próximos anos uma pequena parte das cidades com uma pequena parte dos veículos autônomos. E os veículos não precisam necessariamente ser os carros particulares que nós dirigimos. Podemos ter, entre uma situação e outra, parte das ruas preparadas para veículos coletivos autônomos, que se integram com outros meios de transporte. Isso já traria enorme impacto no ecossistema de transporte de uma cidade. Então, além do desafio de pensarmos exponencialmente, temos o desafio de parar de pensar de forma binária. Existem muitas alternativas entre uma situação de inexistência da nova tecnologia e sua total adoção.”

3
Aproxime-se do ecossistema de startups

“Muitas empresas fazem reuniões com algumas startups e acreditam que assim estão se inserindo no ecossistema de inovação. Este ecossistema, entretanto, é uma indústria com diversos participantes: fundos de Venture Capital, Universidades, Hubs de Inovação, espaços de co-working, Investidores Anjo, entre outros. Para se inserir neste ecossistema é importante se conectar com todos esses players, ter uma agenda recorrente com eles e entender o valor que cada um traz para o ambiente de inovação.”

4
Ignore o tamanho dos novos competidores

“É muito comum grandes empresas desprezarem a capacidade competitiva de pequenas startups, por serem muito pequenas. Elas se esquecem que essas startups podem atingir um crescimento exponencial e se tornarem grandes competidores rapidamente. Os grandes bancos no Brasil não acreditavam que o Nubank pudesse, em tão pouco tempo, estar valendo mais do que gigantes tradicionais da indústria. A arena competitiva mudou. As empresas atingem valuations altíssimos em pouco tempo e passam a competir com os incumbentes de igual para igual. Então não menospreze as startups porque são pequenas. E lembre-se de que elas estão perseguindo outros KPIs, diferentes dos das grandes empresas. Ao invés de receita e lucratividade, elas geralmente estão olhando para satisfação do usuário e taxa de crescimento. Então analise-as a partir dos KPIs que importam para elas.”

5
Ajuste as metas dos executivos

“Se a inovação não estiver nas metas e incentivos dos executivos, o tema será apenas motivo de reuniões leves e divertidas, sem que seus desafios sejam priorizados. O comportamento do ser humano é direcionado pelos incentivos. Não paramos no semáforo vermelho apenas porque é a regra. Paramos também porque sabemos que se ultrapassarmos seremos multados. Nas empresas, as prioridades dos executivos são estabelecidas com base em suas metas. Se você quer que ele seja inovador, coloque metas que o direcionem para isso.”

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