Diversidade e Inclusão na organização: qual o papel da liderança nesse sentido?
Diversidade
9 min
25 março 2022

Diversidade e Inclusão na organização: qual o papel da liderança nesse sentido?

Hoje, o trabalho dos líderes passa por um processo de enriquecimento de tarefas. Além de habilidades para influenciar pessoas, outras responsabilidades começam a surgir, a diversidade e inclusão (D&I) é um dos temas mais importantes, entre essas novas missões.

A partir do comportamento dos líderes, as pessoas podem se sentir à vontade para viver conforme suas identidades. Assim, estarão mais motivadas e produtivas no trabalho. Ademais, um capital humano rico em conhecimentos e experiências faz a diferença na hora de resolver problemas e inovar.

Para entender a importância de um ambiente de trabalho plural e o papel da liderança nesse processo, continue a leitura deste conteúdo. A seguir, explicamos o papel dos líderes na promoção da diversidade e inclusão nas empresas.

A importância da diversidade e inclusão nas empresas

A diversidade e inclusão exercem um papel fundamental no aumento de desempenho de uma organização. Isso porque precisamos de pessoas que olhem as mesmas situações por diferentes perspectivas para gerar a criatividade e inovação de que necessitamos. Confira a seguir alguns dos principais ganhos gerados com times mais diversos e inclusivos: 

Tenha equipes mais criativas

Com a criatividade, o capital humano consegue remover barreiras em projetos e processos. Nem sempre operamos no cenário e condições ideais, e um grupo diverso é mais apto a lidar com variáveis e realizar as entregas, mesmo nas adversidades.

Estimule a inovação

Já a inovação é favorecida pela possibilidade de contar com competências, experiências profissionais, histórias de vida e valores dos mais variados. Isto é, a empresa cria um ambiente de trabalho em que é muito mais provável que se consiga desenvolver soluções, produtos e serviços.

Os fluxos de trabalho ligados à inovação e à criatividade geralmente contam com momentos de divergência e convergência de ideias.

Tenha mais opções sobre a mesa

A divergência ou abertura acontece por meio de pesquisas, entrevistas, coletas de feedback, brainstorming e outras medidas para aumentar as informações e hipóteses sobre a mesa. Nessas etapas, um bom trabalho de diversidade e inclusão melhora o entendimento com diferentes pontos de vista e a capacidade de levantar opções para responder às questões colocadas.

Avalie hipóteses de forma crítica

A convergência é o afunilamento daquilo que foi gerado no processo para chegar a um conjunto de propostas viáveis, que possam ser testadas e validadas. Ter diversidade nesse momento aumenta a capacidade de o grupo analisar criticamente todas as hipóteses, ideias e informações. São inúmeras as perspectivas, e, com isso, é possível chegar a uma hipótese mais sólida ao final do processo.

Acompanhe o benchmarking das melhores organizações

Não por acaso, o relatório de tendências 2022 GPTW aponta que, para a maioria das empresas, a  pauta de diversidade e inclusão é estratégica. Aliás, 93% das empresas premiadas como Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil em 2021 pelo GPTW contam com alguém responsável por combater a discriminação e promover a D&I.

O papel do líder na promoção da diversidade e inclusão nas empresas

Os líderes têm um papel fundamental no desenvolvimento organizacional, e não é diferente com a D&I. A experiência no local de trabalho e a forma como os colaboradores enxergam seus líderes determina se os profissionais se sentirão confortáveis com o clima na empresa. Igualmente, isso impacta na decisão de permanecer ou sair da organização.

Em artigo recente, a Harvad Business Review insere a equidade e justiça no ambiente de trabalho como um dos principais temas de liderança para 2022. A indicação tem como base a pesquisa com empresas que participam do índice S&P 500.

Em comparação com 2018, a frequência com que os CEO’s falam em equidade, justiça e inclusão na pesquisa aumentou 658%. Logo, é um tema que, para algumas das maiores empresas do mundo, torna-se cada vez mais uma prioridade. E as demais empresas tendem a seguir os líderes de mercado.

Criar relações de confiança

Um dos pontos decisivos é a capacidade de criar relações de confiança no ambiente de trabalho. Em estudo da McKinsey, os colaboradores de empresas comprometidas com diversidade tendem a concordar 80% a mais com a afirmação de que os líderes promovem confiança e diálogo aberto.

Um exemplo é conseguir dar voz aos grupos sub-representados. Garantir que todos falem em reuniões, estar disposto a ouvir críticas, sugestões e ser respeitoso, por exemplo, são primeiros passos para deixar as pessoas de diferentes grupos mais à vontade.

Promover a colaboração na equipe

Outra missão importante é ser capaz de, mesmo diante das diferenças, fazer as pessoas colaborarem enquanto membros do grupo. A cultura do trabalho em equipe, no estudo da McKinsey, por exemplo, é enxergada 73% a mais nas empresas comprometidas com a diversidade e inclusão.

É importante ter atenção, por exemplo, aos vieses inconscientes. Muitas vezes, os padrões de comportamento adotados pela equipe prejudicam a inclusão de pessoas, ainda que não seja a intenção dos membros do grupo. É algo, até mesmo, difícil de perceber, pois pode estar em pequenos comportamentos, por exemplo:

· interromper os momentos de fala;

· dar menos crédito quando a pessoa emite a opinião dela;

· atribuir tarefas aquém do potencial do talento;

· ser levado por estereótipos nas avaliações de desempenho;

· não reconhecer o trabalho com o mesmo peso dado a outras pessoas;

· direcionar, ainda que inconscientemente, a distribuição de recursos e benefícios, como promoções e vagas em projetos importantes.

Nesse sentido, as empresas precisam ficar atentas ao papel do líder. A estratégia para promover a diversidade e inclusão dependerá de pessoas à frente da equipe que consigam implementar uma cultura organizacional de confiança, respeito e colaboração entre as pessoas.

É mais que natural, portanto, o surgimento de lacunas de desenvolvimento diante desse novo desafio. Por isso, parte da estratégia para promover a diversidade diz respeito à formação de líderes.

Considerações finais

Entender que a diversidade e inclusão tem grande relevância para otimização do desempenho organizacional é apenas o início para que as empresas caminhem em direção à tomada de decisões que sejam relvantes para a pauta. 

Além disso, vale destacar que o desenvolvimento de liderança é um dos principais pontos para tratar o tema da diversidade e inclusão eficientemente no ambiente corporativo, contudo, é também um dos maiores desafios enfrentados nas empresas. No relatório de tendências do GPTW para 2022, o tema ficou entre os três os obstáculos mais citados em relação ao ano anterior:

  • adoção de novas políticas de trabalho 59%;
  • comunicação interna 49,2%;
  • desenvolvimento de lideranças 39,8%.

Já quando as empresas são perguntadas sobre as prioridades para o ano de 2022, o desenvolvimento de líderes passa para o topo da lista, sendo citado por 42,6% das organizações.

É importante que esse desenvolvimento aborde temas como a diversidade e inclusão. Hoje, apenas 12,1% das organizações consideram ter maturidade elevada em D&I e apenas 17,9% tratam o assunto como prioridade para 2022.

Capacitando às pessoas para as posições-chave, temos um excelente caminho para transformar esse cenário. Bons líderes ajudam a construir ambientes de trabalho abertos e plurais, promovendo a diversidade e inclusão nas empresas.

Thais Bueno

diversidade
form image

Receba mais conteúdo sobre o assunto do artigo!

Utilizamos seus dados conforme previsto em nossos avisos de privacidade. Você pode cancelar nossa comunicação a qualquer momento. Para saber mais, clique aqui.

Usamos cookies para personalizar, coletar dados e melhorar sua experiência no nosso site. Para mais informações, clique aqui.