Sobre bilhões, filantropia e educação
O que Jeff Bezos, Bill Gates e Jorge Paulo Lemann têm em comum? A presença recorrente em listas de bilionários globais é a resposta óbvia. Menos óbvio, mas igualmente verdadeiro, é sonho compartilhado de transformar o mundo pela educação.
A discussão sobre esse tipo de giveback de grandes fortunas ganhou novamente os holofotes quando Bezos – muitas vezes criticado pelos investimentos tímidos em filantropia – anunciou a criação da Bezos Academy, uma linha de escolas gratuitas inspiradas na linha montessoriana. A notícia ocorreu ao mesmo tempo em que Bezos declarou a sua “aposentadoria”, na qual pretende dedicar boa parte do seu tempo à disseminação do método montessoriano pelo mundo. Algo que pode estar ligado às próprias origens da criação de Big Techs: além do próprio Bezos, Sergey Brin e Larry Page, criadores do Google, são entusiastas e tiveram acesso a essa linha de ensino
A primeira unidade da Bezos Academy tem a inauguração prevista para outubro, em Des Moine, sul de Seatle, região conhecida pela presença de famílias de baixa renda e onde fica a sede da Amazon. “É a primeira de muitas pré-escolas gratuitas que abriremos para crianças carentes”, escreveu o bilionário em sua conta do Instagram. Já existe outra unidade em planejamento em Tacoma, em Washington.
Bill & Melinda
Mesmo após a conturbada separação (e os questionamentos sobre possíveis novos destinos do patrimônio inicialmente dedicado a doações), Bill e Melinda Gates permanecem como dois dos principais nomes da filantropia mundial. Focados no setor educacional, já se envolveram em inúmeros projetos de pesquisa, financiamento e desenvolvimento de tecnologias de redução de desigualdade educacional e melhoria de ensino. Além dos milhões de dólares em edtechs e programas sociais e plataformas educacionais criadas pela, o ex-casal está por trás da iniciativa K-12 Education, que usa dados e ferramentas de IA para ajudar a educação pública americana a expandir as oportunidades para todos os alunos, em especial para negros e latinos.
Made in Brazil
No Brasil, o movimento é encabeçado por Jorge Paulo Lemann, que criou a Fundação Estudar em 1991. A organização oferecer bolsas de estudos e programas de acesso a universidades de ponta, como o Líderes Estudar, pelo qual já passaram a deputada federal Tabata Amaral e Eduardo Baer, cofundador do Ifood e do DogHero.
Caminho parecido segue a Fundação Lemann, criada em 2002 para fomentar a educação de qualidade. Neste caso, a proposta é atuar em parceria com as escolas públicas do país, gerando soluções para problemas recorrentes. Até o momento, mais 850 mil alunos já foram impactados pelas ações da organização