Do poço à roda: o pioneirismo brasileiro no processo de regeneração da mobilidade
É extremamente comum o sentimento de “viralatismo” que temos sobre os processos de inovação brasileiro.
Do avião, com Santos Dumont, até a Neuralink, com Dr. Miguel Nicolelis, é muito comum atribuirmos méritos, valores e glórias aos processos que são feitos em outros países e não reconhecer tamanha capacidade, inovação, inteligência e mérito nacional em produzir tecnologias de impacto transformador.
A briga não é por narrativa e muito menos por validação. A questão é histórica, de poder social: compreender estas capacidades e protagonismo em processos de inovação são potencialidades que temos nas nossas mãos, com uma nação talentosa, rica e extremamente inteligente.
Um destes pontos fantásticos e que iremos reconhecer os méritos com as propostas de impacto positivo ambiental no futuro, é o pioneirismo que experimentamos há pelo menos 15 anos com o fato do Brasil ter iniciativas verdes extremamente cruciais em mobilidade, que são ativamente importantes para o processo de regeneração mundial, já que a queima de combustíveis fósseis é a maior responsável pelos problemas climáticos que estamos enfrentando, segundo a ONU.
Em 10 anos, somando os resultados dos regimes adotados, a eficiência energética dos carros vendidos no Brasil melhorou mais de 26%, segundo a AGI. Isso se correlaciona com a significativa queda das emissões de poluentes graças ao programa “Do poço à roda”, o maior legado que pode ser deixado par ao futuro, na opinião de muitos analistas.
Mas, em linhas gerais o que significa essa frase e esse programa?
O programa Mover, discutido no evento que ocorreu no Learning Village, em parceria com a CESAR, foi instituído neste ano pelo Governo Federal. Se trata de incentivar a produção nacional, utilizando impostos de importação para fomentar pesquisa e desenvolvimento, além de promover a sustentabilidade e a reciclagem na fabricação de veículos.
Com um incentivo fiscal de R$ 19 bilhões em créditos até 2028, o programa representa uma oportunidade para o setor automotivo brasileiro investir em inovação e tecnologia. Esta pauta ambiental, relacionada à eficiência energética e redução de emissões de gases do efeito estufa (GEEs), já domina as discussões que antecedem a segunda etapa do Rota 2030, impulsionada pelo recente crescimento da oferta de modelos elétricos no mercado nacional.
As montadoras ‘novatas’, detentoras da tecnologia 100% elétrica, defendem a prorrogação da isenção das taxas de importação destes modelos, vigente desde 2015. Do outro lado da discussão, montadoras tradicionais defendem maiores incentivos para modelos híbridos, com apelo aos biocombustíveis, em especial o etanol.
E por que isso é uma grande inovação no Brasil? Porque no centro das discussões e defesas de cada lado, está o consenso da regeneração completa. Diferentemente do que ocorre no resto do mundo, a ideia é compreender este processo sustentável em todos os parâmetros existentes na fabricação de um veículo. Não é apenas um combustível verde, ou lataria, ou divisões entre borrachas necessárias e aparelhos técnicos.
A ideia da descarbonização é completa em todos os componentes existentes do veículo e cada vez mais visada, diferentemente de todos os processos já visto neste mundo. Cada vez mais iniciativas como estas precisarão ser levantadas e tomarem notoriedade para que consigamos seguir o caminho da regeneração e deixar os processos industriais que impactante negativamente o nosso planeta.