Alternativas de investimentos para sua startup: sobre Growth for Equity e Media for Equity
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9 min
31 maio 2023

Alternativas de investimentos para sua startup: sobre Growth for Equity e Media for Equity

Existem diferentes tipos de estratégias para investimento financeiro. Por conta das diferentes abordagens e necessidades de aliar as transformações digitais com o mundo dos negócios, cada vez mais o venture capital parece uma alternativa.

No Digital On Board e Agro Day, o Learning Village recebeu especialistas para falarem deste tipo de modelo de negócio e o quanto são benéficos na estratégia dos negócios. Nos dois casos, as experts mostraram o quanto este tipo de inovação aberta são oportunidades que podem trazer vários benefícios que não estão sendo enxergados pelas perspectivas das organizações. Nesse sentido, complementar o olhar das soluções e novas inovações é também uma maneira de conduzir o seu negócio.

Em consonância com essa ideia, mais um residente do 1º Hub de inovação e tecnologia, com foco em educação e desenvolvimento de pessoas, da América Latina trouxe um texto colaborativo para o blog do Learning Village, que você confere abaixo.

Por João Gabriel Chebante, líder da Sinergis e Rock Venture, startups residentes do Learning Village.

Os modelos de investimento Growth for Equity e Media for Equity tem atraído cada vez mais atenção dos empreendedores brasileiros. Tratam-se de alternativas interessantes ao investimento financeiro via Venture Capital. Por isso, faz-se necessário abordar alguns casos de sucesso e as vantagens desses modelos para o empreendedor.

O que são Growth for Equity e Media for Equity?

Growth for Equity é um modelo de investimento em que uma empresa de marketing digital ou consultoria fornece serviços de crescimento. Isso pode variar em estratégias de aquisição de usuários, otimização de conversão e divulgações.

A troca desse serviço? A participação acionária na empresa-alvo.

Media for Equity, por sua vez, refere-se ao investimento em mídia (TV, rádio, jornais, revistas, mídias sociais, etc.) realizado por uma empresa de mídia ou grupo de comunicação, com o mesmo pagamento em participação acionária na empresa-alvo.

Ambos os modelos têm como objetivo alavancar o crescimento da empresa investida, através do aumento da exposição e atração de clientes, sem necessidade de desembolso financeiro direto.

Vantagens em relação ao investimento financeiro via Venture Capital

Maior controle sobre o capital: Ao receber serviços de marketing ou mídia em troca de participação acionária, os empreendedores mantêm maior controle sobre o capital, evitando diluição excessiva de suas participações.

Aumento da visibilidade: Com o apoio de especialistas em marketing e mídia, a empresa tem mais chances de aumentar sua visibilidade no mercado, o que pode resultar em maior atração de clientes e parceiros.

Acesso a profissionais especializados: Empresas de Growth for Equity e Media for Equity geralmente contam com profissionais experientes e especializados em suas áreas, que podem trazer insights valiosos para o empreendedor e ajudar a alavancar o crescimento do negócio.

Redução de riscos: Ao investir em serviços de marketing ou mídia em vez de capital financeiro, os empreendedores reduzem os riscos associados à gestão do capital e à necessidade de gerar retornos financeiros rápidos.


Alguns exemplos – nacionais e internacionais – de investimento via Media ou Growth for Equity:

A Buser, plataforma brasileira de fretamento colaborativo de ônibus, recebeu um investimento de R$ 50 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela Valor Capital Group e Monashees em 2019. A Globo Ventures também participou dessa rodada por meio de um acordo de Media for Equity. O objetivo do investimento era ampliar a visibilidade da marca, expandir a presença em novos mercados e melhorar a infraestrutura tecnológica da plataforma. Como resultado, a Buser experimentou rápido crescimento e se consolidou como uma das principais empresas do setor no Brasil.

A Looke, plataforma brasileira de streaming de vídeos on-demand, fechou um acordo de Media for Equity com a RecordTV em 2016. A emissora investiu R$ 10 milhões em mídia para a Looke em troca de participação acionária. O objetivo dessa parceria foi impulsionar a visibilidade da marca e aumentar a base de assinantes da plataforma. A Looke experimentou um rápido crescimento e conseguiu se estabelecer como um player relevante no mercado brasileiro de streaming.

A Skyscanner, plataforma de busca de viagens, fechou um acordo de Growth for Equity com a consultoria britânica de marketing digital Forward3D. Em troca de serviços de marketing e otimização de mecanismos de busca (SEO), a Forward3D adquiriu participação acionária na Skyscanner. Essa parceria ajudou a Skyscanner a se tornar uma das principais plataformas de busca de viagens do mundo e foi posteriormente adquirida pela Ctrip por US$ 1,74 bilhão.

A Graze, startup britânica de snacks saudáveis por assinatura, fechou um acordo de Growth for Equity com a consultoria de marketing digital AlbionVC em 2012. A AlbionVC forneceu serviços de marketing e desenvolvimento de negócios em troca de participação acionária na Graze. Essa parceria ajudou a empresa a expandir sua presença no mercado e, posteriormente, foi adquirida pela Unilever em 2019.

Como se pode ver, temos nos grandes grupos de mídia uma experiência maior de usar seu core business como veículo de investimento com startups. O mesmo ainda começamos a engatinha no Brasil em relação a consultorias, agências e outros stakeholders de marketing e comunicação que possam, com suas competências, aportar produtos e serviços que comportem o crescimento da empresa.

Independente se for Media ou Growth for Equity, existem riscos que investidor e empreendedor precisam levar em conta em todo ciclo – do aporte ao desinvestimento:

Avaliação da startup: No modelo de Growth ou Media for Equity, a avaliação da startup é crucial para determinar o valor dos serviços de marketing ou mídia fornecidos em troca de participação acionária. Se a avaliação for imprecisa, os investidores podem acabar com uma parcela injusta da empresa ou diluir excessivamente a participação dos fundadores.

Alinhamento estratégico: É importante que os investidores e as startups estejam alinhados em termos de visão, objetivos e expectativas. Caso contrário, pode haver desentendimentos e dificuldades na execução das campanhas de marketing ou mídia, o que pode prejudicar o desempenho e o crescimento da startup.

Governança: Investir via Growth ou Media for Equity envolve um relacionamento de longo prazo entre investidores e startups, apuração de resultados e esforços. Ambas as partes devem estar comprometidas com a comunicação aberta e a colaboração eficaz para garantir que os objetivos sejam alcançados e que o valor seja gerado para todos os envolvidos.

Em momento de mercado mais curto em termos de recursos financeiros – queda de 80% entre 2021 e 2023, segundo diferentes fontes nacionais (Distrito) e internacionais (CB Insights), além de uma gestão austera de caixa e recursos internos, se abre a margem para que novas modalidades de investimento se apresentem como assertivas para assegurar o sucesso e crescimento de uma startup.

Como os vinhos, anos ruins geralmente geram safras boas: e assim também é com startups. Uma boa oportunidade de fazer muito mais com menos, podendo se deliciar com bons resultados e ótimas taças. 

Guilherme Batista

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