ESG e startups: um futuro promissor
Nos últimos anos, o ecossistema de startups registrou a aceleração de movimentos cruciais para a consolidação do cenário de inovação brasileiro, com destaque para a ascensão das fintechs e das healthtechs. Embalada pelo fortalecimento da pauta ESG, startups que oferecem soluções de redução de impacto ambiental, transparência e melhoria de indicadores sociais começam a galgar mais espaço entre clientes, consumidores e investidores. Trata-se de um movimento que ganha mais influência, inclusive, nas teses de investimentos e valuation de fundos de capital de risco.
De acordo com um levantamento realizado pela ACE Cortex, o cenário favorece negócios baseados nos seguintes modelos de negócio: responsabilidade e transparência corporativa; laços sustentáveis com a sociedade; e controle de riscos e oportunidades relacionadas ao meio ambiente. Os números da bolsa de valores americana reforçam a conscientização da importância do chamado stakeholder capitalism: desde 2009, a NYSE subiu 295%, enquanto as empresas melhores posicionadas em ESG tiveram 345%.
“O Dow Jones Sustainable Index talvez seja hoje, globalmente, um dos principais índices que mostram o comprometimento da empresa de capital aberto com uma gestão responsável. Do ponto de vista de certificação, existe o chamado sistema B (B Corporation), que é um tipo de selo ao qual a companhia precisa submeter todo o seu processo interno à avaliação relacionada ao impacto positivo”, afirma o engenheiro florestal e mestre em Gestão para Competitividade com foco em Sustentabilidade (FGV-SP e Escola de Economia na Noruega), Rafael dos Santos Guimarães, no relatório da ACE.
No Brasil, estima-se que já existam mais de 300 startups dedicadas a soluções que melhorem as políticas ambiental e social e a governança de grandes corporações. É o caso da Marina Tecnologia, que desenvolve desde 2009 materiais para a indústria utilizando fontes renováveis – cinzas de arroz queimado que geralmente vão para o lixo viram matéria-prima para produção de pneus mais sustentáveis. A eureciclo, única brasileira a fazer parte da #50watchcleantechs, lista global que reúne companhias com soluções inovadoras para combater a crise climática, é outro bom exemplo desse movimento — que a partir da combinação entre inovação, empreendedorismo e pensamento sistêmico, aponta para um futuro cada vez mais promissor.