O que vi do South Summit (e a força das conexões)
4 min
19 maio 2022

O que vi do South Summit (e a força das conexões)

Confesso que sou um forte defensor do Metaverso.

Vejo nele uma oportunidade – como já vi os brasileiros fundadores da Brex, startup com valuation acima de US$ 10 bilhões em pleno Vale do Silício – de plataforma (ferramenta) para conseguir estruturar uma cultura organizacional, bem como rotinas que aproximem os funcionários em torno um dia-a-dia híbrido uns aos outros.

Este mercado vai crescer demais, uma vez que estamos começando a entender a interação dentro da uma experiência híbrida ainda muito rudimentar – ainda muito parecida com um jogo de videogame de gerações passadas. No entanto, já existem reuniões de Conselho de Administração de empresas listadas em bolsa realizadas no Metaverso.

Porém, nada substitui o olho no olho e a presença física para troca de impressões, contatos e oportunidades. Nem mesmo a inovação.

Depois de dois anos de lives, webinares, talks e outras palavrinhas que reforçam o nosso anglicismo, o ecossistema de startups – que envolve grandes empresas, investidores (fundos ou anjos) e empreendedores finalmente tiveram no South Summit, em Porto Alegre, a chance de se reencontrarem e trocarem experiências tanto sobre os últimos meses quanto o cenário que se avizinha no curto e médio prazo.

Para dar alguns insights da minha interação como Corporate Venture do Grupo FCamara, eu traria o seguinte:

  • Há uma preocupação geral sobre o que vem pela frente em termos de macroeconomia e como isso vai impactar o ecossistema. Investidores estão tomando mais cuidado e realizando rodadas menores às startups e os empreendedores estão de olho em gerar negócios que até podem queimar caixa, mas que possuem operação positiva.
  • Ou seja, o desafio hoje reside em criar negócios inovadores e ao mesmo tempo “que paguem suas contas”, demandando investimentos para acelerar o crescimento.
  • Do outro lado, o mundo corporativo está definitivamente entrando no jogo deste ecossistema. Teve empresa que trouxe 150 funcionários para que entendessem a dinâmica do mercado e levassem inovação aos seus processos. Ao mesmo tempo, os líderes de Inovação e Corporate Venture ainda estão entendendo como será a posição deles no ecossistema: investindo, co-criando com empreendedores, desenvolvendo negócios e comprando
  • Como consequência de um volume menor de investimentos e vinda das grandes organizações para o jogo, haverá um forte aumento do números de fusão de startups. Talvez possamos esperar pelo protagonismo desta estratégia por executivos e empreendedores.

Os temas discorridos durante o evento não foram exatamente uma grande novidade: web3, blockchain, diversidade, ESG, Corporate Venture, inovação aberta… O grande trunfo do South Summit e da prefeitura de Porto Alegre foi desenvolver uma ótima atmosfera às margens do Rio Guaíba para realizar algo que nenhum evento on-line consegue mitigar do presencial: os encontros inusitados e inesperados que proporcionam novas conexões e oportunidades de negócios.

O metaverso é ótimo e veio para ficar, mas vai demandar muitos encontros como os vistos no South Summit para tentar emular o que a torna a vida real.

João Gabriel Chebante

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