Onde está a próxima disrupção?
Negócios
6 min
17 maio 2021

Onde está a próxima disrupção?

Problema = solução = inovação. É mais ou menos nessa matemática que acontecem as grandes revoluções da humanidade. Pense, por exemplo, nos desdobramentos da gripe espanhola ou da Segunda Guerra Mundial, ambas no século 20.

A primeira impulsionou a distribuição em escala da energia elétrica, enquanto a segunda acelerou descobertas científicas e desdobramentos políticos/ econômicos como o Plano Marshall. “Nós nos acostumamos a chamar esses movimentos de disrupção, porque eles perturbam a ordem natural dos mercados e criam deslocamentos não previstos por economistas dentro dos governos ou das empresas”, analisa Eduardo Ibrahim, Faculty da SingularityU Brazil, no relatório da SU publicado neste ano.

Ou seja, se crise é igual a oportunidade 2021 é um ano em que ainda veremos muitas coisas acontecerem – nenhuma outra força, afinal, puxou tanto a disrupção quanto a covid-19 e seus impactos em todas as áreas. “2020 foi um poderoso wake-up call, o período mais disruptivo vivo em nossa memória. A covid expôs as fragilidades da nossa sociedade e dos nossos sistemas, causando estragos na economia global e grandes perdas nas vidas das pessoas”, destaca James Bidwell no forecast da Springwise. “Apesar da bem-vinda chegada das vacinas, vivemos agora em um mundo novo, um mundo onde enfrentaremos uma série de crises, seja no crédito, seja no clima.”

Meio ambiente, redefinição dos modelos de trabalho, educação, consumo sustentável, reconstrução da economia, digital versus humano. Todos desafios atuais. Todos oportunidades. Entenda onde estão as pontas que puxam as próximas disrupções:

Ativismo de marca
Não basta ser bom, bonito ou barato. Uma pesquisa da agência Resonate mostra que 87% da Geração Z espera mais do que produtos das suas marcas favoritas: espera que elas atuem em prol do bem comum, incluindo aqui sustentabilidade e fare-trade. O ativismo corporativo, portanto, surge como caminho dos tijolos dourados e responde angústias da sociedade, como o impacto negativo que a moda pode gerar no meio ambiente ou o acúmulo de plástico. Aderir à tendência é uma ótima oportunidade não só de ser legal, mas também de aumentar tanto vendas quanto awareness da marca. Um caso para ser estudado? A Cariuma, marca de tênis brasileira 100% sustentável e com modelos veganos sold-out na Europa. Outro exemplo é a Patagônia, que viu suas vendas aumentarem depois de uma campanha durante a votação americana: tags nas roupas traziam a frase “vote the assholes out”.

Aceleração digital
EAD, teleconsulta, teletrabalho. A pandemia acelerou em 10 anos a tecnologia. De acordo com a Forrest, as transformações digitais se transformaram no maior valor de 2021, com várias organizações do mundo lançando inteligência artificial e softwares que orientam nas decisões, como o sistema DOP, que ajuda em tempo real no Supply Chain. Celeiros de inovação startups como a MedRoom, residente do Learning Village, já nasceu usando Realidade Virtual no ensino da medicina.  “Não se trata mais de integrar tecnologias às áreas de conhecimento, mas de transformar as próprias áreas de conhecimento em áreas de base tecnológica”,  pontua Ibrahim.

Sustentabilidade
Sinal dos temos, neste ano o XPrize de Peter Diamandis, cofundador da Singularity University, vai mostrar o valuation da Amazônia, transformando a floresta em ativo e gerando assim políticas de incentivo à preservação. “Até agora, o verde tem sido vitimado pelo extrativismo que ocorre desde o século 16. A conversão num ativo financeiro abre precedentes para descobrir novas fontes de riqueza”, analisa Peter Cabral no mesmo relatório da SU. Outras tendências, como ESG, entram na ordem do dia em sintonia com os ODSs da ONU. Tudo num ganha-ganha: a PwC reportou que as empresas inglesas do Sistema B cresceram em média 14% ao ano desde 2015.

Trabalho
Mais agilidade, inclusão e bem-estar. Segundo a Springwise, a covid-19 mudou nossa cultura em relação à carreira e ao balanço entre trabalho e casa. Resultado: os modelos de gestão têm sido impactados de diversas maneiras, demandando soluções rápidas, e a discussão sobre os próprios espaços de trabalho sugerem mudanças significativas, inclusive no mercado imobiliário. Startups como a Remo estão criando plataformas de trabalho remoto que oferecem experiências visuais e humanas o mais próximo possível do real. E a Microsoft recentemente divulgou seu Mesh, uma plataforma de realidade mista, que possibilita a criação de hologramas, “levando” você para reuniões em qualquer lugar do mundo.

Renata Piza

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